Popularmente (e erroneamente) chamada de Varíola dos Macacos, essa versão da doença é mais branda do que a Varíola Humana, que era comum antes da década de 80, sendo seu último surto registrado em 1977. Foi declarada pela OMS como erradicada graças ao sucesso das campanhas de vacinação. Apesar de ter um baixíssimo nível de mortalidade, a Varíola Símia (monkeypox) merece nossa atenção e cuidado.
Varíola Humana x Varíola Símia, qual é a diferença? E quais são as origens?
Pode-se dizer que são da mesma família, porém a letalidade das duas versões de varíola não se compara. Mais de 300 milhões de pessoas perderam a vida para a Varíola Humana no século XX, para que se tenha uma ideia da gravidade, a quantidade de vítimas é maior do que a atual população do Brasil, sua letalidade é superior a 30%, maior inclusive do que a letalidade da Covid-19, que fica em torno dos 10% em não vacinados. No caso da Varíola dos Macacos (Monkeypox) a letalidade fica entre 3% e 6%, sendo que a maioria estava associada a quadros de fome nos infectados do continente africano. Ela surgiu na idade média, entre os séculos X e XX, e se tornou menos mortal após a descoberta da vacina por Edward Jenner no século XVIII.
Por que é chamada de Varíola dos Macacos?
O nome remonta a descoberta do vírus. Acontece que, assim como nós, os macacos também são vítimas do vírus, por afetar tanto humanos quanto animais, é considerada uma zoonose, macacos não são agentes transmissores. A primeira vez em que foi detectada em primatas foi em um laboratório dinamarquês em 1958, quando trouxeram macacos vindos de Singapura para realizar estudos sobre a poliomielite e perceberam que os animais tinham lesões na pele similares ao vírus da vaccínia (Varíola Bovina, para qual Jenner havia descoberto a vacina). Foi detectada em seres humanos na década de 70, no continente africano, mais especificamente Congo.
Houve outro surto de Varíola dos Macacos fora do continente africano?
Por muitos anos o vírus se manteve restrito a países africanos, por sua capacidade de transmissão ser muitas vezes menor do que a varíola tradicional. Em junho de 2003 foram detectados quase 50 casos nos EUA, foi a primeira vez que a Varíola dos Macacos foi detectada fora do continente africano, porém continuaram restritos. Atualmente já são mais de 2 mil casos detectados no Brasil. Estudos realizados na década de 80 revelaram que a transmissão da Varíola dos Macacos era mais comum dentro do ambiente familiar, no qual a mãe passava para os filhos, ou vice-versa, o que fazia com que o vírus se mantivesse endêmico.
Como ocorre a transmissão da Varíola Símia?
A transmissão ocorre através do contato com a pele, as lesões são infectantes, secreções respiratórias ou os objetos usados por uma pessoa que está infectada, também pode passar pela placenta da mãe para o bebê. É comum que ocorra a transmissão em relações sexuais (a maioria dos casos detectados, até agora, derivam de relações sexuais), devido ao contato com as feridas, o preservativo não impedirá a infecção. Também pode ser transmitido por superfícies recém contaminadas, como toalhas, roupas e lençóis de cama. Dentre os casos detectados até agora, de acordo com a OMS, a maioria das infecções ocorreu através de relações sexuais de homens com outros homens. É um erro achar que mulheres e homens héteros não sejam suscetíveis à doença, visto que a monkeypox não faz distinção entre idade, raça, gênero ou orientação sexual. Anos atrás a AIDS foi tratada de maneira semelhante e, atualmente, atinge mais de 37 milhões de pessoas ao redor do mundo, o que significa que todos devem ter cautela em relação à Varíola dos Macacos.
Quais são os sinais e sintomas da doença?
Talvez o mais comum dos sintomas seja a erupção cutânea, que a princípio tem a aparência de uma picada de mosquito e vai evoluindo até apresentar a aparência similar a de uma espinha, erupções estas que podem variar na quantidade de pessoa para pessoa, gânglios linfáticos inchados também são comuns, entretanto alguns sintomas são similares aos de um resfriado ou virose e podem confundir quem está infectado, como por exemplo: febre acima de 38° (as erupções cutâneas costumam surgir 3 dias após a febre), dores de cabeça, náuseas, vômitos, fraqueza e dores no corpo também podem surgir junto das inflamações na pele. O tempo de incubação do vírus no organismo pode variar entre 5 e 21 dias. Podem levar cerca de 3 a 4 semanas até que todas as feridas sequem e caiam da pele.
Quem faz parte do grupo do risco?
Dentre a população que deve ter mais cuidado em relação a transmissão da Varíola Símia estão: Gestantes, puérperas, lactantes, crianças, idosos e imunossuprimidos (transplantados, pessoas com leucemia, HIV etc.) podem desenvolver a versão mais grave da doença. A recomendação do Ministério da Saúde é que gestantes utilizem máscaras. Em estudos feitos recentemente foi apontado o maior risco de aborto espontâneo, parto prematuro e risco de morte tanto da mãe quanto do bebê durante o parto.
Pessoas vacinadas contra a antiga Varíola estão protegidas contra a Varíola símia?
Pessoas nascidas antes de 1980 foram vacinadas contra a Varíola no Brasil, mas será que essa vacina os previne da Varíola dos Macacos? Os estudos realizados após a erradicação mostraram que a vacinação contra a Varíola Humana (que foi interrompida no Brasil na década de 80) se mostrou altamente eficaz contra esta versão da doença, a eficácia transita entre 73% e 85%.
Temos vacina contra a Monkeypox?
Por enquanto não há vacina para a Varíola dos Macacos e civis não têm acesso a vacina contra a Varíola tradicional em nenhum lugar do mundo. Está em estoques militares por questões de guerras biológicas, todavia vários países solicitam a reversão da situação para que a vacina esteja disponível para todos.
Como o teste de Monkeypox é realizado?
A coleta de material pode ser realizada de duas maneiras, através da raspagem e através do SWAB, popularmente conhecido como teste do cotonete, que ficou bastante conhecido durante a pandemia, por ser utilizado para detectar a presença da covid-19, o material é enviado para a análise, o resultado sai entre 3 e 7 dias. O Laboratório Diagnóstico, parceiro da Clínica Yasmim, realiza a coleta para que haja a execução do teste de Varíola dos Macacos (monkeypox) entre em contato pelo telefone: (62) 3321-5208.